sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Amar o inimigo

Jesus não nos pediu somente para amarmos o próximo como Ele nos amou, pediu mais, pediu para amarmos nossos inimigos. Disse que antes de fazermos nossa oferta, devemos nos reconciliar com nossos inimigos. Jesus não é um ser como o cristianismo o vê: um mero totem para ser adorado. Penso que aceitar Jesus significa aceitar o que Ele veio nos dar e para isso deu a própria vida, mesmo sabendo que muitos desperdiçariam isso em meras idolatrias. E o que veio nos dar foi a Boa Nova: Amar a Deus sobre todas as coisas (Inclusive sobre as religiões) e Amar o próximo como a nós mesmos (Inclusive, espíritas, ateus, homossexuais, pessoas felizes e realizadas que não precisam sublimar os sentimentos e que não precisam rezar berrando com música que se ouve a 10 quarteirões, enfim, a todos os que estão fora das igrejas TAMBÉM!). Alguns pensam que apenas adorar Jesus como um totem dá o passaporte para o céu, uma barganha igual fazem os presos com o carcereiro de prisão.


Mas na hipótese de haver um juizo final coletivo e houver uma separação entre as pessoas, quem seria salvo?

Quem ama seus inimigos ou apenas o colega que senta ao lado no banco da igreja?
Quem ama sem distinção, sem julgar, sem olhar os rótulos ou quem avisa que fulano é pecador, sem ver antes do irmão a sexualidade, a religião, etc?
Jesus odiou alguém ou amou sempre?

Logo, qual o maior "inimigo"?

Somos capazes de amar inclusive o maior adversário?
(Lembrando que adversário é a tradução do hebraico "satanas")

Ou imaginemos uma cena:
Reconhecemos satanás "em pessoa" e uma igreja INTEIRA sai em cima dele para linxá-lo. Qual a atitude verdadeiramente cristã? se juntar para ajudar a matar ou defendê-lo pois antes de tudo devemos nos posicionar a favor do mais fraco em meio a covardia?
É claro que esse que vos escreve não acredita num ente do mal, mas como esse ente se tornou real no meio religioso, como contrapeso do Cristianismo, pensei no valor que se dá ao Cristo quando o homem que ainda não aprendeu a resolver com seus inimigos, cria outros ainda maiores.

4 comentários:

Bruno Vox disse...

Esse texto me arremeteu a um acontecemento o envolvendo Vince.
Estava eu lendo o seu blog e chegou em casa uma irmã da igreja, foi lá aonde eu estava e me perguntou o que estava fazendo, aí eu disse que estava lendo o seu Blog, aí ela questionou as figuras que estavam no Blog aí eu disse que vc era espirita. Aí num tom tipicamente evangelico ela disse: "Aí, vc é amigo de espirita?". Então eu respondi: "Por um acaso ele é diferente de vc??? Em que sentido??? Todos temos o direito de crença, não importa qual, e só por está atitude o considero mais cristão do que vc, pois devemos amar a todos indiferente de religião ou qualquer outra coisa.
Aí vc viu né Vince, depois disso arrumou mil desculpas para o que disse.

Me desculpe o comentário enorme, mais o que aconteceu veio muito a calhar nesse texto.

Vince disse...

Bruno,
O que tua irmã de igreja fez foi um repetir um gesto que se acostumou ao autoamtzar sem pensar. No momento que você a questionou, colocou uma questão. Isso eu acho legal!
Pois essa é a proposta do meu blog, dazer as pessoas se questionarem. Como ninguém sabe a Verdade nem se quer impor, podemos ao menos questionar o que aceitamos para que nossa fé não seja um gesto automatizado, e sim, uma fé raciocinada e real.
Abraço

Lau Verrengia disse...

É muito fácil amar as pessoas que estão à nossa volta, as pessoas queridas.
Amar o próximo (que seriam TODAS as pessoas) como a nós mesmos é uma tarefa MUITO difícil. E amar os inimigos? Como seria?
Será que conseguimos perdoar e aceitar o assassino de alguém que amamos ou uma pessoa que nos fez mal?
Satanás está ai para nos colocarmos à prova.
E então, será que seriam capazes de amar satanás, o maior "inimigo"?

Deusiane disse...

Eh, a igreja e suas portinhas fechadas, tão ignorantes e egocêntricos.

A igreja pensa que cumpre com o Ide, dentro do seu mundinho estranho.