sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Angariadores de Fundos....trampo bom!







Este anúncio saiu em um jornal de grande circulação do Rio de Janeiro. Após ler este anúncio de emprego (tem que ser emprego porque está no Caderno de Empregos, página 6) tive que refletir sobre o fato.
Lógico que não vou criticar a Igreja Divina Nossa Era porque, pelo menos, ela está sendo sincera e mostrando o que as igrejas estão procurando não só no século XXI, mas há tempos.
Ao começar a pensar no texto do anúncio me vi diante de uma nova profissão e esta nem tem um sindicato ou uma qualificação para ser exercida. Pode-se ver que não está sendo pedido currículo, nem algum tipo de diploma que possa dar qualificação aos candidatos. O que se pede é que sejam angariadores de fundos. A única limitação é quanto ao número de candidatos: 8 sacerdotes e 2 bispos.
Lógico que é preciso limitar os candidatos, caso contrário esta igreja ficará com uma fila maior do que a da venda de ingressos para o jogo do Flamengo no Maracanã neste ano.
Estou exagerando? Vocês acham isto?
Peguei pesado na comparação?
Vou mostrar a vocês que não!
Pare um pouco e preste atenção ao que tem à sua volta. Tenho certeza que na sua rua ou no seu bairro tem mais de uma igreja. Também tenho certeza que há várias novas surgindo, se é que já não surgiram e ainda são pequenas. Sabe aquelas igrejas pequenas que iniciam numa garagem ou na área da casa de alguém e que a cada dia vai crescendo? Pois é! Veja se não há uma delas.
Há igrejas a cada 500 metros ou menos do que isto. Deveria haver uma regra no Brasil. Só deveria ter igrejas a certa distância determinada, porque as igrejas estão fazendo muito mal à sociedade brasileira.
A rocinha, maior favela urbana do Rio, tem mais de 100 igrejas, sem contar com essas que acabei de citar, os pontos de pregação e as casas onde há reuniões de oração freqüente. E vocês sabem quem reintegra o homem à sociedade? O Esporte e algumas ONG sociais.
Outro malefício que elas causam está relacionado ao meio ambiente, porque elas desmatam, cimentam tudo, criam edifícios fora dos padrões determinados pelo CREA de qualquer região (afinal não há saída de incêndio nem acesso para deficientes). Também, para que deficientes numa igreja? Deus cura a todos! Quem não for curado é do Diabo e precisa sair da igreja. Incêndio? Eles crêem que isto nunca irá acontecer na casa de Deus.
Ah! Também não posso esquecer de citar que as igrejas não deixam as pessoas terem um final de semana em paz, porque as liturgias dos cultos atuais são com decibéis acima do permitido por lei.
Por último, vou citar a propaganda principal do anúncio: DINHEIRO, ou melhor, ANGARIADORES DE FUNDOS. Afinal, que não tiver condições de ludibriar o povo nem adianta aparecer.
Agora, vejam que só não é engraçado porque é real. Os fundos não são angariados para as pessoas necessitadas, mas para aumentar as igrejas e enriquecer seus líderes. Ontem mesmo, estava dentro de um ônibus, indo trabalhar quando entrou um rapaz pedindo uma ajuda para uma Casa de Recuperação de Viciados, cuja direção é evangélica. Eles precisam de oferta das pessoas porque as igrejas não são entidades filantrópicas, isto aparece apenas no Estatuto.
Eu que conheço elas por dentro e por fora, várias vezes vi pastores, ao terminarem o culto, pegarem seus carros novos (luxuosos ou ainda não) e irem para casa e dizerem aos que ficam à porta: “Tenham uma semana abençoada por Deus”. Entretanto, os que estão à porta estão esperando a chuva diminuir para pegarem uma condução coletiva, seja legalizada ou não, para irem para casa dormir. O dinheiro que comprou o carro do pastor foi dado por essas pessoas, mas quem se importa com isso, ele é o ANJO da igreja. O povo é que tem que ralar, só serve para dar dinheiro e encher a igreja e trazer mais pessoas para dar mais dinheiro.
Salvação? Ela será real se eles conseguirem se salvar do assalto, chuva ou da gripe que poderão pegar numa noite dessa qualquer.
Bom, acho que já deu para vocês pensarem o que são as igrejas nos dias atuais, ou melhor, o que elas sempre foram. Eu não vou falar mais porque vou acabar falando sobre o Imposto de Renda e posso despertar o Ministério da Fazenda e eles vão começar a trabalhar e ganhar todo o nome, sendo que a idéia partiu de minha parte. Um dia eles vão procurar averiguar isto (só espero que não seja no próximo milênio).
Quanto a vocês que estão lendo este texto, vou utilizar as palavras de um amigo meu, de uma comunidade do orkut. Tentem ligar, quem sabe não conseguem um bom emprego lá? Afinal, o trampo é bom...

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Os Extraterrestres



Tenho que concordar com dois amigos que tenho. Um é o meu amigo-irmão Anderson, ele sempre me diz que há horas em que é preciso soltar os demônios que temos dentro de nós , caso contrário às coisas pioram e ficamos muito mal. O outro é um amigo virtual e de leitura, Rubem Alves, ele costuma dizer que às vezes um demônio toma conta dele e o impulsiona a escrever coisas que ele não quer, mas que precisam ser escritas, do contrário o demônio não o solta e não vai embora.
Isto tem acontecido comigo e já faz algum tempo. Não é à toa que recebi o apelido de kapiroto quando fiz o curso de bacharel em teologia. Capiroto é um tipo de demônio e o vocábulo demônio vem do grego e segundo o dicionário Aurélio significava, na antigüidade, um gênio inspirado, bom ou mau, que presidia no caráter do indivíduo. É uma força ou um estímulo interior que excita ou externa os sentimentos e paixões.
É por isso que nós poetas, em certos momentos, somos possuídos por um demônio e precisamos fazer o que eles querem. Eu, particularmente, tenho um que não só me impulsiona a escrever como me mostra algumas coisas. Foi de um desses inúmeros kapirotos que tenho que recebi um dom especial, o dom da percepção. Percebo coisas que não quero e elas me mostram o mundo de uma forma diferente.
Através deste dom eu consigo ver extraterrestres. Se alguém pensa que eles não existem, está muito enganado, porque existem sim. Todos os dias eu vejo um. As vezes vejo vários e na maioria todos estão juntos. Andam em bandos. Eu os vejo em vários lugares, até na televisão e os ouço nas rádios.
Mas saiba que não é fácil distingui-los. Estamos acostumados com os filmes de ficção científica e com os ufólogos a pensar que os famosos ET’s têm cabeça grande e corpo franzino. Na verdade, eles são iguais aos humanos, por isso é difícil identificá-los. A única forma de reconhecê-los é ouvindo o que eles têm a dizer, porque quando falam, eles deixam perceber quem realmente são.
Onde moram e onde se reúnem? Em vários lugares, principalmente nas igrejas. Sim, nas igrejas, casa de deuses e semideuses, onde as forças intelectuais se fundem com as místicas e muita coisa acontece. Alguns são protagonistas de atos bárbaros e outros são políticos.
Tempos atrás encontrei com uma extraterrestre. Ela me procurou para tirar um dedo de prosa e após uns três minutos de conversa, logo se identificou. Ela me disse:
- “O Sr. sabe né? Porque nós não somos deste mundo. Quando formos para o céu...”
Rapidamente percebi quem era e tentei mostrar-lhe as maravilhas que este mundo contém. Falei deste imenso jardim cheio de belezas e alegrias. Falei dos mares, rios, florestas, animais; falei do vento e muitas outras coisas belas que existem. Mas ela me disse que não quer morar aqui. Quer morar no céu, porque lá o mar é de cristal e as ruas são de ouro.
Fiquei triste por ela. Coitada, não sabe apreciar a beleza que este mundo contém. A Bíblia, livro de deuses, diz que quando o mundo começou a ser criado, Deus fez um lindo e belo jardim. Colocou nele tudo que achava bonito e que possuía de melhor. Ele utilizou todas as suas energias para construí-lo. Sua dedicação foi tanta que no 7º dia não agüentou mais, estava exausto de tanto caprichar na sua obra prima, que descansou. Por isso ao terminar de construir o jardim no 6º dia, ele olhou para tudo o que havia criado, avaliou e viu que era tudo muito bom. Como estava muito exausto, descansou.
Mas Deus colocou no meio desse maravilhoso jardim um casal de humanos para cuidar e amá-lo. Também lhes deu a liberdade de usufruírem tudo o que o jardim possuía. Deus lhes disse que poderiam brincar à vontade e de tudo o que quisessem, mas que sempre nos finais dos dias iria visitá-los. Sua visita aconteceria quando eles estivessem indo descansar ao final de um dia pois seria o momento em que estariam mais propensos a ouvi-lo. E assim passavam-se os dias....
Um dia, porém, o casal resolveu brincar de serem deuses e penetraram no mais íntimo de seu ser e tornaram-se numa só pessoa contendo o bem e o mal. Pior de tudo, viraram semideuses, verdadeiros extraterrestres. Quando Deus veio visitá-los no final daquele dia percebeu algo diferente. Deus viu que eles viraram extraterrestres e que foram contrários à toda beleza que ele criara. Por isso Deus não teve outra alternativa, a não ser, deixá-los brincando de serem deuses, mas agora como extraterrestres.
Para satisfazê-los, Deus deixou que procurassem um mundo melhor daquele maravilhoso jardim que fora criado. É por isso que hoje em dia eles dizem que o seu mundo terá um mar de cristal e as ruas serão de ouro. Eles não conseguem sentir o beijo suave e delicado de uma brisa, o perfume da terra ao ser molhada pela chuva, não vêem o balé da chuva chegando, não ouvem a sinfonia dos pássaros, nem o desfile de moda das flores.
Fico imaginando como deverá ser o mundo deles. Eu, que adoro mergulhar no mar, fico imaginando como deve ser doloroso fazer isto num mar de cristal e como deve ser o fundo de um mar desses. Os peixes devem ser de vidro, as plantas de cristais de rochas e tomara que não contenha sal, porque arderá muito nos cortes provocados pelo cristal. Sinto dor só em pensar ao entrar debaixo de uma cachoeira onde há cristal ao invés de água. Coisa de extraterrestre mesmo.
E as ruas?
Imagine uma rua de ouro, que com o passar dos anos vai escurecendo. Os extraterrestres nunca sentirão o cheiro maravilhoso do perfume da terra molhada. Também nunca poderão sentir o frio da terra ao colocarem sobre ela os seus pés descalços. Sem contar que com o passar dos anos, começarão a serem garimpadas, destruídas. Eles roubarão o seu ouro e elas ficarão horríveis. Afinal, ruas de ouro e mar de cristal é uma idéia que vem de uma época onde isso era a maior fonte de riqueza que existia.
Andar numa rua de ouro em pleno sol de meio-dia seria um enorme incômodo para os seres humanos, mas para extraterrestres não.
Por desprezarem tanto este mundo (jardim) e por quererem muito viver neste mundo que eles dizem que existirá, mundo imaginário, eles não se preocupam com a Terra e por isso destroem o ecossistema. Fazem desmatamentos e cimentam tudo, poluem os rios, esbanjam água, fazem queimadas e poluem o ar. Soltam balões e muitas outras coisas piores.
Isso é até uma questão lógica, porque se não amam este maravilhoso jardim criado por Deus com tudo o que há, como podem amar os seres que vivem nele?
Você já viu algum extraterrestre? Acredito que sim!
Talvez haja um na sua rua, no seu bairro, no seu trabalho, escola ou em outro lugar próximo a você. Mas não se preocupe, porque eles não fazem coisas ruins como nos filmes. Os seus atos ruins são demonstrados com o passar do tempo.
Um dia contarei como ele utilizam e como falam ao telefone, mas no momento, preciso atender um que acabou de me ligar...

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

A Carta de Elias


"Foi então que lhe trouxeram da parte do profeta Elias uma mensagem concebida nos seguintes termos: Eis o que diz o Senhor, Deus de Davi, teu pai: Porque não andaste nas pegadas de teu pai Josafá, nem nas de Asa, rei de Judá."

II Crônicas 21

"Se não se convencem pelos fatos, menos o fariam pelo raciocínio."

O escritor José Reis Chaves, autor do livro A Face Oculta das Religiões, em um artigo publicado, em sua Coluna, de 26.04.04, no jornal "O Tempo", de Belo Horizonte, "Ressurreição de Todos", dá-nos uma informação interessantíssima.

Diz ele:
"E o desaparecimento de Elias vivo confundiu muito os teólogos sobre a ressurreição. Mas ele ficou na Terra, pois Jorão recebeu dele uma carta (2 Crônicas 21,12)."

Muitas vezes não enxergamos o óbvio, pois realmente, segundo a narrativa bíblica citada, Elias, depois de ter sido supostamente arrebatado, enviou mesmo uma carta a Jorão, filho e sucessor de Josafá, de Judá. Confirmam isso os tradutores da Bíblia de Jerusalém, quando nos oferecem a seguinte explicação para essa passagem:
De acordo com a cronologia de 2Rs, Elias tinha desaparecido antes do reinado de Jorão de Israel (2Rs 2; 3,1) e, portanto, antes de Jorão de Judá (2Rs 8,16; cf. no entanto 2Rs 1,17). O cronista deve utilizar uma tradição apócrifa.

Mas o que há de extraordinário nisso? Bom, se a passagem mencionada for verdadeira, e aqui os defensores da inerrância bíblica, por coerência, não podem aceitar de outro modo, estaremos diante de duas alternativas:

A primeira alternativa: que Elias não foi arrebatado, já que envia uma carta. Isso para nós foi o que de fato ocorreu, uma vez que é difícil sustentar que alguém tenha sido arrebatado de corpo e alma levando-se em conta que se "Deus é espírito" (Jo 4,24), nós também somos seres espirituais, já que fomos criados à Sua imagem e semelhança. Por outro lado, se "O espírito é que dá vida, a carne não serve para nada" (Jo 6,63) e que "A carne e o sangue não podem herdar o reino dos céus" (1Cor 15,50) não há como compatibilizar corpo físico na dimensão espiritual.

A segunda alternativa: poderá deixar alguns fanáticos perplexos, é que, se aceitarmos que não há exceção nas Leis Divinas, Elias morreu, como irá acontecer com todo ser humano; daí, por força das circunstâncias, teremos que admitir que, do plano espiritual, ele envia uma carta ao rei. Portanto, uma ocorrência mediúnica, com alguém servindo de médium para receber essa carta e enviá-la ao destinatário, traduzindo-se isso em uma autêntica psicografia.

A título de curiosidade, observamos que os termos usados nessa narrativa aparecem, nas diversas traduções bíblicas, ora como uma carta, ora como uma mensagem e ora como um escrito, mas, no fundo, tudo é a mesma coisa.

Na primeira hipótese acima citada, não há nenhum fato bíblico entre "os arrebatados" que venha a sustentar a possibilidade de que, em algum momento, um deles tenha se comunicado, por qualquer meio, com os encarnados.
Entretanto, quanto à segunda hipótese, ou seja, a que Elias tenha morrido, podemos comprovar biblicamente, por dois acontecimentos, os quais vêm apoiar a uma ocorrência dessa ordem.
Vejamos

* O primeiro, narrado em 1Sm 28, 1-25, é um fenômeno mediúnico de psicofonia, que registra a ocasião em que o rei Saul vai a Endor, para que, através da pitonisa (médium) que residia nessa localidade, pudesse aconselhar-se com o profeta Samuel, já desencarnado. Como estava numa situação angustiante, pois se encontrava cercado pelo exército dos filisteus, queria saber do espírito do velho profeta sobre o que o futuro lhe aguardava em relação a essa iminente guerra.

* O segundo, sempre esquecido dos contraditores da comunicação com os mortos, é quando os espíritos de Moisés e Elias apareceram a Jesus, Pedro, Tiago e João, e conversaram com o Mestre. Classificamos esse fenômeno mediúnico como de materialização, pois esses dois espíritos também foram vistos pelos três discípulos que testemunharam o fato. Podemos observar que, nos principais fenômenos mediúnicos produzidos por Jesus, vistos por alguns como milagres, os três apóstolos citados eram convidados por Ele, para deles participarem, pois só eles, entre os que o seguiam, possuíam essa energia de forma mais acentuada.

Há ainda um outro evento, que nunca é falado, pois não teria como ser negado: trata-se do acontecido com o próprio Jesus, que depois de morto comunicou-se com inúmeras pessoas. E, plagiando o que o apóstolo dos gentios disse aos coríntios, diríamos: Pois se os mortos não se comunicam, também Cristo não se comunicou. Se Cristo não se comunicou ilusória a nossa fé.

Assim, com essa carta de Elias, acreditamos estar diante de mais uma ocorrência bíblica, que vem provar a comunicação entre os dois planos da vida, embora negada sistematicamente por alguns, mas que pode ser corroborada pela própria proibição bíblica de Moisés de se comunicar com os mortos (Dt 18,9-14), já que Moisés não era tão louco assim para proibir algo que não existe. Está, portanto, comprovada pela própria Bíblia, a realidade da comunicação entre os habitantes do mundo físico com os do mundo espiritual.
E como diria Jesus: Quem tem ouvidos, ouça.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

A magia de um livro

Uma reunião de folhas impressas de uma obra intelectual, presas por um lado e montadas em capa, torna-se num livro. Pelo menos, este é o significado dado pelo dicionário da língua portuguesa, do Sr. Aurélio Buarque de Holanda Ferreira.
Existem livros dos mais diversos tamanhos, tipos, formas, cores e estilos. Mesmo alguns sendo pequenos os seus conteúdos são imensuráveis.
Há livros pequenos com letras grandes e grandes com letras pequenas. Livros para transformar adultos em crianças e para formar crianças em adultos. Livros poéticos que sensibilizam os cientistas e científicos que ensinam aos poetas. Livros que ensinam como rezar para afugentar coisas ruins e que ensinam como rezar para trazer coisas ruins.
Existem os apaixonados pelos livros e os livros que fazem apaixonar.
É por isso que ao ler um livro, o leitor é capaz de aguçar todos os seus sentidos e sentimentos. Mexer com as suas emoções e relaxar. Despertar um gigante adormecido, o amor.
É fascinante observar como o leitor consegue absorver tantas informações apenas pelo olhar, principalmente quando este está inserido e concentrado no conteúdo de um livro.
Através de um livro, o leitor, pode ser levado ao mais infinito e recôndito da imensidão do universo. Participar de uma terrível, sangrenta e dolorosa guerra, até mesmo de uma guerra atômica, sem ser ferido. Conviver com os mais diversos personagens, que são pessoas fictícias, de uma forma tão íntima, sem nunca tê-los visto.
Através de um livro uma pessoa pode tornar-se imortal, eterna, mesmo sendo o maior ateu.
Pode-se voar nas asas de uma águia e observar, do alto, a beleza inexpressiva das águas verdes dos oceanos. Sentir o frio ou o calor. Conhecer lugares lindos que sempre foram idealizados no inconsciente, mas que até então eram pura utopia.
O leitor é capaz de apaixonar-se, amar sem ser correspondido e, não sofrer; sofrer sem amar e ser correspondido.
Há livros que servem para fazer dormir uma criança e fazer sonhar um adulto.
Dizem que há livros perigosos, de magia negra, que faz muito mal às pessoas, mas também que há livros que fazem bem a alma e dão vontade de lê-los todos os dias.
Algumas pessoas dizem que há livros que 'são de cabeceira' (da cama), porém há outros que são o alicerce de toda a casa.
Ler um livro é sinônimo de adquirir inteligência, de atualização, de ampliação do vocabulário e do conhecimento.
O leitor conhece intimidades, admira, critica e qualifica pessoas que viveram há muitos séculos atrás e ainda, têm-nas como seus ídolos. Cria, recria e faz novas filosofias. Traça metas e objetivos para a sua vida, contrariando todos os princípios que formulou desde a sua infância. Tudo isto através de um simples livro.
É possível ouvir o barulho das águas de um riacho. Sentir a brisa. Sentir o cheiro da fumaça e imaginar uma cabana no alto de uma colina. Sentir a dor da perda de um ente querido que nem é seu parente, muito menos seu conhecido.
Através de um livro é possível sentir o perfume das flores de um belo jardim, juntamente com os sons de todo o tipo de vida que ali possa existir. Mas todos os livros têm um único objetivo, que é transportar o seu leitor a lugares sem que saia de onde está. Isto faz parte da magia do livro, trabalhar com o pensamento do seu leitor e convidá-lo a uma viagem fantástica.
Quem nunca quis ter uma biblioteca na sua casa? Uma sala com a parede repleta de livros?
Quem nunca leu, ou não tem nem um livro em sua casa?
O livro é o hobby de muitos ricos e a riqueza de muitos pobres.
É interessante saber que os primeiros livros que surgiram e tem-se notícia, foram livros feitos de peles de animais e costurados. Com o passar do tempo estes livros começaram a ser feitos com uma matéria-prima, a árvore. É da árvore que sai o papel e os livros são feitos da reunião de folhas de papéis impressas. Como foi dito acima, através da definição encontrada no dicionário.
Talvez esta seja a explicação da magia, do poder mágico, existente num livro, ele começa e termina onde foi feito.
É, realmente o livro tem poderes mágicos, ou melhor, seria dizer que o livro é algo divino.
Afinal, é através de um livro que se tem conhecimento de um ser supremo, soberano, criador, que se torna o protótipo de todo o pai desejado pelos filhos. Um pai com qualidades maternas.
Dizem que o mundo foi criado a partir de um maravilhoso e agradabilíssimo jardim, e os jardins contêm muitas árvores. Este jardim que possuía todas as coisas boas desejadas pelo ser humano e foi feito com muito amor. Um amor materno e com muita dedicação.
Aqui está a magia de um livro!
A magia de um livro não consiste apenas transportar o seu leitor a lugares longínquos sem que saia de onde está, mas retornar ao jardim, que foi criado por um ser divino e supremo. Entretanto tudo isso que foi gerado, no princípio, neste jardim estava escrito dentro de um rústico, porém lindo; velho, porém atual; empoeirado mas muito usado; fabuloso e fantástico; mágico e divino, UM LIVRO.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Se eu quiser falar com Deus

Vou começar esta crônica com uma afirmação que é muito debatida nos meios religiosos, principalmente os ortodoxos.
Todo ser humano é um ser religioso por natureza. Religião é uma palavra que vem do latim religare e significa religar o homem a Deus, isto é, fazer com que o homem volte-se para um ser supremo, soberano e divino que é denominado por todos, universalmente, como Deus.
Esta afirmação é muito questionada por muitos líderes religiosos, porque eles dizem que o homem só pode encontrar a Deus por intermédio deles. Dizem também que só eles sabem como fazer este reencontro. Eles criam meios, métodos e regras que devem ser seguidos a fim de que o homem se reencontre com Deus. Mas se um destes itens for ignorado o homem não pode reencontrar-se com Deus e muito menos falar com ele. Neste mundo em que se vive, falar com Deus é um luxo que poucos têm.
Há uma música, muito bonita, do Gilberto Gil, que tem como título Se eu quiser falar com Deus. Nela Gilberto Gil diz uma série de coisas que ele precisa fazer para ter esta conversa com Deus. Entre essas coisas estão: ficar a sós, apagar a luz, calar a voz, verter a culpa, desatar os nós e etc.
Na verdade, ele quer dizer que é preciso que o homem desprenda-se do mundo que vive, das coisas que o atrapalham e olhe para dentro de si mesmo. Busque algo no seu íntimo que lhe dá livre acesso para falar com Deus.
Entretanto, antes desta música fazer sucesso no Brasil, alguém já havia falado qual é a melhor forma de falar com Deus. Foi Jesus quem disse qual é a melhor maneira de falar com Deus. Até parece que ele dá um método com regras também, mas não é. Ele diz quais são os princípios a serem tomados para falar com Deus e este se encontra na Bíblia, no evangelho de Mateus capítulo 6 versículo 6: mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, fala a teu pai que está em secreto; e teu pai, que tudo vê em secreto, te recompensará.
É desta forma que deve ser feito. Jesus ensina a entrar num lugar tranqüilo, onde o ser humano é humano; você é você, eu sou eu. Um lugar onde Deus pode vê-lo e você a ele. Por isso ele diz que se deve entrar num quarto e falar com Deus, porque Deus sempre está no lugar mais íntimo e secreto do ser humano. Deus está sempre lá esperando que alguém entre para conversar, bater um bom papo, ou como diria a minha avó: levar um dedo de prosa. Este é um lugar onde o ser humano volta às suas origens, livra-se das suas máscaras, das suas defesas e volta a ser um humano. Deus quer falar com o interior do homem e não com o exterior, afinal ele é espírito e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade (João 4.24). Deus quer conversar com o ser humano, quando ele é o mais humano possível.
Isto me lembra de uma história do Cebolinha, em quadrinho, que durante todo o dia procurou a Deus. Ele gritava por Deus em vários lugares procurando-o. Ele o procurou em vários lugares: montanhas, lagos, campos, igrejas, árvores e etc, mas não o encontrou. Voltou para casa triste, abatido e cansado. Deitou-se e foi dormir. Entretanto foi neste momento que Deus apareceu e disse que estava ali onde ele sempre estivera, no silêncio do quarto, na noite tranqüila de sono, quando o homem volta a ser criança.
Lembre-se, que para falar com Deus basta apenas, procurar um momento para ficar a sós e deixar que o seu íntimo, seu interior, seu coração o busque, que você seja você mesmo, que você volte a ser criança e assim você baterá um longo e gostoso papo com Deus, um belo dedo de prosa.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Criando Deus



"A dualidade da natureza de Cristo,
a necessidade, tão humana, tão sobre-humana, do homem de atingir Deus,
tem sido um mistério profundo e insondável para mim.
Minha principal angústia e a fonte de todas as minhas alegrias e sofrimentos desde a juventude tem sido a incessante, impiedosa batalha entre o espírito e a carne... e minha alma é a arena onde esses dois exércitos têm lutado".
Nikos Kazantzakis


Por que procuramos entender a divindade de Jesus?
A humanidade em seus primórdios tendeu sempre a endeusar algum ser que os proteja ou garanta órdem. Isso é latente, já nascemos com esse conceito, sendo protegidos por nossos pais. Os animais aprendem desde cedo a reconhecer o que lhes é bom e o que devem temer pelos seus pais.
Assim se constroem deuses materiais ou espirituais. Como materiais, construiu-se totens e espirituais os mitos. Mas é tudo a mesma coisa.

Na minha opinião pessoal, isso pra nada serve e acredito que o homem, conforme aprende a reconhecer sua responsabilidade no mundo, assume para si o papel de deus que lhe cabe. Como deus que é, seus atos geram conseqüências e se o mundo não é perfeito, é responsável. Homens constroem coisas que beneficiam a todos. Homens constroem idéias que melhoram ou pioram nossas vidas. Homens constroem deuses também para justificar sua covardia ou inanição ou para terem seus pais que os protegem.
Jesus foi um grande exemplo de homem e endeusá-lo foi mais prejudicial que benéfico na minha opinião. Pode um deus ser exemplo para um homem?
Um homem pode ser exemplo para outro. Jesus homem poderia nos inspirar a aceitarmos nossa cruz, ou seja, nossas dificuldades, e segui-lo, a seguir seu exemplo com coragem e determinação e compreender que o dia que cada um de nós entender nossa responsabilidade no mundo e nossa integração, passaremos a pensar mais no próximo e fazer a ele o que esperamos que o próximo nos faça. Poderemos cuidar melhor do nosso planeta, a pensar em melhorar a igualdade social em vez de aumentarmos os muros de nossas casas.
Enfim, a procura do Deus Jesus para a nossa salvação nos faz na verdade nos perder, pois ao pensarmos em nós em primeiro lugar, construímos um mundo onde cada um procura o melhor para si e um mundo assim nos dá em troca a disputa que nos faz lamentar e precisar de quem nos proteja, um deus. Assim construímos um totem ou damos o nome de um já inventado.


"...nada faço por mim mesmo; mas falo como o Pai me ensinou."

με ο πατηρ μου ταυτα λαλω
João 8:28

Nós, como irmãos de Jesus, somos filhos do mesmo Pai. Podemos fazer igual ou até mais que ele. Se ele é Deus, nós também somos.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Cristianismo provoca SUICÍDIO entre homossexuais




O Cristianismo e suas crenças conservadoras já causaram mais morte entre os homossexuais do que o número total de assassinados de quando se costumavam exterminar bruxas e hereges durante a Idade Média e a Renascença.

O departamento de saúde dos Estados Unidos estimou que pelo menos 30% do suicídio entre os jovens seja cometido por gays e lésbicas. O Departamento indica que 30% ainda é o mínimo que se pode afirmar. É um número bastante alto considerando que os homossexuais constituem apenas 5% do número total de jovens. Portanto um jovem homossexual está pelo menos 6 vezes mais suscetível ao suicídio do que um jovem heterossexual. Especialistas estimam que pelo menos 40% desses suicídios tenham ligações diretas com crenças religiosas. Veja matéria completa (em inglês)

E o Brasil é campeão de agressoes e assassinatos de GLBTs, porém os pastores que vociferam preconceitos de seus púlpitos fazem cara de paisagem e dizem que não incentivam a violencia.

Vamos imaginar que você esteja num mundo onde a maioria é homossexual e isso é considerado "o certo", mas você sente prazer heterossexual. Você tem sua fé, mas vem um energúmeno e te fala assim:

"Vc nao consegue deixar de ter atencao por mulheres pq satanas tem uma corrente em vc. Vc esta aprisionada pelo pecado e nao consegue se libertar. Ore e busque em Jesus a sua libertacao. Cubra sua vida com o SANGUE de Jesus. peca ao Senhor TODOS os dias que cubra sua mente e seu coracao. Ha poder no sangue de Jesus que simboliza o sacrificio DELE na cruz para nos libertar dos nossos pecados".

("conselho" real de uma energúmena para uma moça em conflito por sua homossexualidade que tenta não aceitar mas não consegue)

Imagine ouvir dezenas de "conselhos" assim...


Enquanto o " " "cristão" " " em sua soberba, no seu falso puritanismo decreta aos quatro ventos que amam o pecador mas abominam o pecado, fazendo de tudo para que homossexuais acreditem nisso, suicídios ocorrem na solidão dos que ficam assim, sem a compreenção de ninguêm, sem entender porque são "diferentes e tão errados", ouvindo que Jesus os ama e os quer ver mudar o que não se trata de decisão.
A única coisa que um cristão, ou melhor, um ser humano poderia fazer é pelo menos tentar compreender, sem julgar. Melhor dizendo: aceitar como "queremos" que aceitem a nossa sexualidade hetero como ela é, embora não seja da conta de ninguêm.
O que o " " "cristão" " " não entende é que não se trata as pessoas assim, ninguêm é dona da verdade e nem a bíblia condena REALMENTE o homossexualismo. Não faltavam palavras em hebraico e grego, nem costume evidente nos povos antigos que precedem a bíblia e mesmo assim não há tantas proibições tão explícitas que justifiquem tamanha falta de amor.
Quando um homossexual se sente inferior e errado, indigno por reconhecer a impossibilidade de sentir diferente do que sente, se pergunta a Deus porque nasceu "diferente" e muitas vezes procura uma igreja e isso pode ser sua última esperança em acreditar que Deus não foi injusto com ele. A palavra "cristã", o conselho soberbo "cheio de amor" dos que amam o homossexual mas abominam sua homossexualidade, tudo isso, Mostra a ele que Deus realmente foi injusto e o fez nascer com uma desgraça e é culpa dele se não consegue porque prefere ouvir satanás, isso contribui para que a falta de esperança e reconhecimento de sua impotência em "ser dígno", além de uma placa de imoral e nojento brilhe em sua imagem no espelho se transforma na "coragem" que precisava para "arrancar de si o que lhe faz pecar": ele próprio.
Lamentavelmente, já que deveria ser aquele que segue o exemplo de Cristo e deveria amar e acolher, o " " "cristão" " " é o que mais contribui para oferecer uma gilete, o empurrão do alto de um prédio, o copo d'água para descer os comprimidos ou qualquer coisa que faça o "pecador" tirar de si "o pecado" com a arma mais poderosa, a que faz essas agirem: a comprovação de que Deus condena o que ele é pelos juizes escolhidos por Deus, orientados pelo "espírito santo". Quem abomina o "pecado" na verdade abomina o "pecador", é igual, só que de forma hipócrita. Melhor seria poupar os "pecadores" de uma religião que só serve a um gueto de desgraçados.
Um crente robotizado que sublima sua vida num modo de vida "considerado certo" não tem sentimentos reais para dizer a alguém com a alma enxarcada de sentimentos conflitantes, como ela deve sentir. Melhor seria calar a boca.

domingo, 23 de setembro de 2007

Igreja: o Príncipe do Mundo

Conversão de Constantino, de Rubens
"Já não conversarei muito convosco, pois o príncipe desse mundo vem; contra mim, ele nada pode, mas é preciso que o mundo saiba que eu amo o Pai e faço como o Pai me odenou.(...)"
(Jo 14,30 e 31)

"Digo-vos isto para que não vos escandalizareis. Expulsar-vos-ão das sinagogas.
Mais ainda: virá a hora em que aquele que vos matar julgará realizar ato de culto a Deus. E isso farão porque não conhecem o Pai nem a mim."


A igreja é o príncipe do mundo dita por Jesus em João.
O Príncipe é o império romano que pegou para si seu inimigo e transformou no deus a ser seguido, sob sua batuta, no mais comum estilo dos deuses greco-romanos.
É a igreja que nasceu disso, seus derivados, seus reformadores e os que protestaram mas sairam da mesma raiz.

Trecho de uma carta enviada pelo imperador Constantino as igrejas do norte da África que se opunham a igreja de Roma (considerando-a pagã):
"que mais pode ser feito por mim, de acordo com a minha prática constante e como verdadeiro oficio de um príncipe após expulsar o erro e destruir opiniões contrarias, que fazer com que todos os homens sejam unidos, sigam a verdadeira religião e simplicidade da vida e prestem ao Deus todo poderoso a adoração que lhe é devida"

Como disse Jesus, foi necessário que viesse para que o mundo soubesse que ele ama o Pai e o Pai o ama. Esse príncipe manteve seu nome vivo, mesmo que por interesse. Agora já o conhecemos e é chegada a hora de nos libertarmos desse príncipe, tirar do meio de nós, todos esses impérios que nunca geraram frutos, apenas intolerância, ganância, hipocrisia, morte, dependência, auto humilhação, falsa felicidade, e tudo mais que nada tem de Cristo, apesar de falar em seu nome.

Disse Nietzche:
"Quando os véus caírem, quando os céus se abrirem, quando o santuário do coração humano for deslacrado, veremos como a religião e sua moral de juízos e certezas, foi satanás na história, e, além disso, foi a principal responsável por afastar milhões, bilhões de homens e mulheres, da genuína experiência de Deus."

A Igreja deveria ser a reunião em nome de Jesus, mas se tornou uma instituição que reúne barganhadores que honestamente, sinceramente acreditaram ser assim, pois isso foi proclamado aos 4 ventos por essa igreja que nos contou sua historia e nós acreditamos e nesses séculos, quem discordou foi morto ou excomungado. Perdem a oportunidade de ter como EXEMPLO uma conduta de vida, um Caminho (não fim).

Tirou de nós o exemplo de alguém como nós que venceu o mundo. Usurpou sua autoridade para ser na Terra o intermediário de nossa suposta salvação.
O que Jesus nos trouxe, foi para que colocássemos em prática, pois somos da mesma espécie ( ou pode um deus ser exemplo para um simples homem?).
A igreja, esse príncipe, colocou tudo isso em segundo plano e nos deu um deus para ser adorado, sendo que para isso, deve a ela a obediência, o dógma e sua vida.
É importante dizer que os homens das igrejas e seus fiéis tem boa intenção (salvo alguns óbvios), mas ainda colhem desse dogma: adorando um deus como se adorava os deuses.
Mas a Verdade não pode ser pisoteada e escondida para sempre. Tudo o que a igreja escondeu de nós está cada vez mais evidente e aparecendo a cada instante.
Fizeram tão bem que mesmo se Jesus viesse novamente, essa igreja faria com que os seus adeptos o negassem e pior: fazer com que persigam os novos seguidores chamando de seita de satanás.

Se Jesus é a Verdade e a Verdade liberta, não dá mais para viver na escravidão dos dogmas da igreja sendo egoistas barganhando nossa salvação ou covardes temendo o inferno. Nossa dedicação deveria ser ao próximo, não esse egoismo que só pensa na prória alma que, convenhamos, não vale nada se pensamos somente em nós mesmos.
E pensar em si, dando ao próximo apenas o convite para viver a mesma ilusão tem se tornado o principal fruto desse príncipe, porque isso significa apenas uma coisa: Alimentá-lo com seus dízimos e o esvaziamento das almas que o segue. E se nos esvaziamos (diferente de se esvaziar para se dar ao próximo) ao ponto de nem querermos questionar, se deixamos de sermos homens, como poderemos amar o próximo como a nós mesmos?




domingo, 9 de setembro de 2007

A Lâmina e o Forno


Ouvi uma história um tempo atrás, não muito próximo para me lembrar com exatidão, mas não tão distante que me fizesse esquecer.
Falava de um suposto relato feito por um povo descrevendo outro, essa história tinha por objetivo, ou foi usada dessa forma quando me contaram, para mostrar como precisamos entender a cultura de quem escreve para entender melhor sua mensagem. Diz mais ou menos assim essa história:

"Havia um povo com costumes estranhos. Quando se reuniam em seus eventos, preparavam-se com rituais de sacrifício que não os feria, pelo contrário, os deixavam felizes e quem não fazia era até mal visto perante a comunidade nestes eventos. Levavam a sério e o faziam de coração.
Esses rituais de sacrifício eram praticados por eles próprios ou com ajuda de outras pessoas. Os que não faziam por eles mesmos, aguardavam sua vez sem medo, inclusive ficavam ansiosos e aguardavam a vez sempre sorrindo com alegria.
Os homens por exemplo, utilizavam lâminas de fio agudo, muito afiadas e as passavam na face. Passavam essa lâmina por todos os lados sem pausa entre uma estocada e outra, sem nenhuma demonstração de dor. As mulheres introduziam suas cabeças numa espécie de forno e ficavam desse jeito por longos minutos e nenhum sofrimento era visível em seus rostos, pelo contrário: algumas olhavam para o horizonte, com semblante sonhador, outras trocavam entre si seus conhecimentos a respeito das cerimônias que estavam por ir."


Esta história de um povo que ensina a se entregar com alegria aos seus rituais nada mais é que uma interpretação sobre a visão de um povo selvagem observando o nosso povo civilizado se preparando para uma festa. Descreve como os homens fazem barba e as mulheres secam seus cabelos nos salões de cabeleireiros ao prepararem-se para uma festa ou algum evento qualquer. E alerta para a nessecidade de observar bem as escrituras, entender o povo que é observado nelas. Jesus mesmo nos recomendou isso.

Estudando a bíblia, vendo Lucas que escreveu posteriormente e já viu carne na pomba que desceu sobre Jesus(1), quando em Marcos (e Mateus também), diz apenas que o Espírito veio como uma pomba(2) (pousando suavemente? flutuando?), para citar UM EXEMPLO! Vendo os apóstolos, os pais da igreja, as traduções recheadas de interpretações de língua após língua, mudanças com intençoes de "tornar mais fácil" o entendimento, só me fazem entender uma coisa: O Cristianismo é como essa história, uma idéia e entendimento do mundo de então, interpretando algo muito além de seus conhecimentos, mas ditas como Verdade, recheado de interesses e tolices flagrantes, passando de geração para geração, fazendo seus seguidores abandonarem suas vidas para esperar ansiosamente aquele que nos falou do Amor para, como zumbis, nos levantarmos das tumbas nesse juizo final, para sermos selecionados por ele e passar a eternidade ao seu lado enquanto os outros que não se prostraram para esse deus de amor, arderão no lago de fogo para todo o sempre. Amém!...

Após entender que a lâmina passando na face é apenas o ato de se barbear, torna-se impossível o auto-esfolamento.

(1) Lucas III,22: "e o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corporal, como pomba,(...)"
(2) Marcos I,10: "E, logo ao subir da água, ele viu os céus se rasgando e o Espírito, como uma pomba, descer sobre ele".

domingo, 2 de setembro de 2007

Ver para crer

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O espírito de Jesus entrou na sala fechada onde se encontravam os dicípulos e Jesus, e após desejar-lhes paz, disse a Tomé:

"Põe teu dedo aqui e vê minhas mãos! Estende tua mão e põe-na no meu lado e não sejas incrédulo, mas crê!" Respondeu-lhe Tomé: "Meu Senhor e meu Deus!"
Jesus lhe disse:
"Porque viste, creste. Felizes os que não viram e creram!"


Ver para crer significaria apenas conferir o corpo em carne de Jesus? Jesus que sempre falou do espírito sobre a carne? Jesus que passou pela porta fechada para entrar na sala?

Jesus, que disse no Evangelho de Tomé: — "Seria uma maravilha se a carne tivesse surgido por causa do espírito. Mas seria a maior das maravilhas se o espírito tivesse surgido por causa do corpo. Estou realmente surpreso pela forma como essa grande riqueza fez morada nessa pobreza." — certamente disse muito mais que isso, afinal a carne e o sangue não herdam o reino dos céus.
Certamente Jesus, quando nos disse que podemos fazer igual e até mais que ele não foi mero jogo de palavras, se nos falou era Verdade, logo, somos da mesma essência. Simples assim.

A vida já é um milagre. A Natureza também. Acaso a Natureza, criação de Deus, não é perfeita? Precisamos derrogá-la, ultrapassá-la para assim torná-la perfeita? Certamente não podemos afirmar que a Natureza seja completamente compreendida, mas enquanto o perecível perece, não há como ter fé no perecível que ressurge sem qualquer desconforto, ainda mais quando a própria fonte que assim fala diz que carne é carne, espírito é espírito
Por que os cristãos, aqueles que representam Jesus, não valorizam o que Jesus nos disse? O que ele nos disse é tão perfeito que ultrapassa qualquer religião, torna-as obsoletas, se cada palavra fosse colocada em prática, o mundo seria realmente melhor e mais justo, mas ainda assim, para seus seguidores, seriam meras palavrinhas bonitinhas se Jesus não fizesse milagres, se não ressucitasse, se ficasse limitado à Natureza criada por Deus.

Que fé é essa que não sobrevive nem a própria obra de Deus, do jeito que ela é?
Melhor milagre seria os cristãos amarem o próximo sem que para isso tivesse que o levar a igreja. Somente viver esta boa nova — que já virou teoria velha e mera isca de igreja — independente do que aconteceu com Jesus após nos dizer isso.


PS: Nessa bela pintura, Caravaggio se preocupou mais em representar na imagem as palavras e na representação realista das personagens, não se preocupando com a beleza delas. Colocou-os rudes como eram os dicípulos de Jesus, homens do povo. No Evangelho, não acredito que Tomé o tocou.

sábado, 1 de setembro de 2007

A fé que depende da ressurreição

Muito me pergunto sobre a fé apoiada na ressurreição de Jesus. Fico espantado como se precisa de um milagre para validar o que Jesus nos trouxe. Penso que se Jesus se tornasse um ladrão bêbado e assassino um dia depois de ter feito o Sermão da Montanha, o que disse lá seria suficiente para mim e levaria para a minha vida, simplesmente bastaria. Não acho que Jesus ressuscitar tenha um peso tão significativo, como algo que substitui toda a sua passagem, que aliás fica em segundo plano, pois a ressurreição basta para quem assim acredita, afinal, ressucitando se tornou deus e acreditar nisso é a porta para a Salvação, como se estivéssemos perdidos e ele, mesmo com todo o exemplo para colocar por terra essa crença, contestada na própria bíblia, fosse um egocêntrico que precisasse disso.

Necessitar desse milagre demonstra que o seu exemplo depende disso. Mas já que se precisa dessa autoridade, será que morrer por isso já não bastaria?

Vejo assim tudo o que Jesus falou como mera estória que justifique o que realmente interessa: dar pretexto para morrer e ressuscitar, para assim fazer por nós aquilo que virou essa justificativa. Ser cristão se tornou algo muito cômodo. Cômodo como a petulância de julgar os outros, acreditando assim que se elevam perante os "incrédulos". Cômodo como idolatrar um totem em vez de ver que esse "totem" é o maior exemplo de amor ao próximo que pisou na Terra e isso deveria ser maior que essa idolatria sem sentido e ser assim um caminho a se viver.

Jesus não é a meta, é o Caminho

É uma pena que o Sermão da Montanha valha menos que esse pseudo milagre, pois veriam que ser pobre de espírito é outra coisa e não isso que cristãos tem se transformado.

Então sobra a pergunta: Se pelo fruto se conhece a árvore, que fazem abrir mão da vida para apenas tirar as pessoas do sol da vida para secarem sob a sombra dessa árvore?

PS: Este blog traz uma enquete a respeito da ressurreição. Vote!

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Doar-se

Jesus, antes de vir à Terra nos revelar o Caminho que leva a Deus, — à nossa plenitude como parte integrante do todo fazendo parte da criação — o mundo espiritual, através dos anjos de Deus, já falava para os encarnados da Terra a missão de todos nós, espíritos ainda imperfeitos.

Os anjos de Deus eram os espíritos que atingiram essa compreenção maior, eles orientaram Moisés a guiar seu povo na ciência do Deus todo poderoso e único. Cada guerra, cada vitória e cada derrota desenhados nessa epopéia farta de leis disciplinares sobre esse povo teve uma essência de entendimento aos atentos estudiosos da bíblia: quem está trilhando o caminho que conduz ao Pai, colhe por sua ação o fruto da abundância, quem se afasta, colhe o vazio corroedor da alma em meio ao espinheiro.

Essa trajetória apenas preparava a vinda de Jesus que veio quando alguns poderiam ser a terra fértil onde a boa semente poderia ser plantada.

E qual é essa semente se não o amor entre todos e que a todos une? Não seria o mesmo amor que faz com que os anjos venham nos auxiliar a percorrer o Caminho?
Não seria o mesmo amor que Jesus nos pede ao próximo? o mesmo que ele sentiu por nós quando veio nos ensinar? Ou o amor que quando sentirmos, levaremos para além da vida para sermos os anjos de Deus?

Essa linha é clara e une toda a bíblia, torna ela coerente em si e na vida cotidiana e real:
Quando tomamos, é só aquilo e não temos paz. Quando fazemos apenas por nós, é passageiro. Quando nos doamos, nos outros nos completamos!


PS:Usei a foto de um cachorro para lembrar que eles sabem isso mais que nós.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Amar o inimigo

Jesus não nos pediu somente para amarmos o próximo como Ele nos amou, pediu mais, pediu para amarmos nossos inimigos. Disse que antes de fazermos nossa oferta, devemos nos reconciliar com nossos inimigos. Jesus não é um ser como o cristianismo o vê: um mero totem para ser adorado. Penso que aceitar Jesus significa aceitar o que Ele veio nos dar e para isso deu a própria vida, mesmo sabendo que muitos desperdiçariam isso em meras idolatrias. E o que veio nos dar foi a Boa Nova: Amar a Deus sobre todas as coisas (Inclusive sobre as religiões) e Amar o próximo como a nós mesmos (Inclusive, espíritas, ateus, homossexuais, pessoas felizes e realizadas que não precisam sublimar os sentimentos e que não precisam rezar berrando com música que se ouve a 10 quarteirões, enfim, a todos os que estão fora das igrejas TAMBÉM!). Alguns pensam que apenas adorar Jesus como um totem dá o passaporte para o céu, uma barganha igual fazem os presos com o carcereiro de prisão.


Mas na hipótese de haver um juizo final coletivo e houver uma separação entre as pessoas, quem seria salvo?

Quem ama seus inimigos ou apenas o colega que senta ao lado no banco da igreja?
Quem ama sem distinção, sem julgar, sem olhar os rótulos ou quem avisa que fulano é pecador, sem ver antes do irmão a sexualidade, a religião, etc?
Jesus odiou alguém ou amou sempre?

Logo, qual o maior "inimigo"?

Somos capazes de amar inclusive o maior adversário?
(Lembrando que adversário é a tradução do hebraico "satanas")

Ou imaginemos uma cena:
Reconhecemos satanás "em pessoa" e uma igreja INTEIRA sai em cima dele para linxá-lo. Qual a atitude verdadeiramente cristã? se juntar para ajudar a matar ou defendê-lo pois antes de tudo devemos nos posicionar a favor do mais fraco em meio a covardia?
É claro que esse que vos escreve não acredita num ente do mal, mas como esse ente se tornou real no meio religioso, como contrapeso do Cristianismo, pensei no valor que se dá ao Cristo quando o homem que ainda não aprendeu a resolver com seus inimigos, cria outros ainda maiores.

Jesus voltaria?


Se Jesus voltasse, como alguns acreditam, acreditamos que os religiosos em suas igrejas não o aceitariam. Certamente ele ignoraria os religiosos presos em dogmas deturpados. Se fosse mencioná-los seria para responder a religiosos cristãos que fossem cobrar dele sua presença, por acharem-se seus donos.
Certamente Jesus os chamaria de hipócritas e diria que já havia falado deles antes de se despedir, quando disse que o príncipe do mundo viria, que falaria em seu nome mas nada teria dele e que perseguiriam seus verdadeiros seguidores — que escolhe, (como sempre escolheu), fora do mundo religioso — julgando ser coisa santa.
Certamente ele não teria aprovado essa perseguição de séculos e séculos de inquisições, cruzadas e massacres, ainda mais usurpando seu nome.
Talvez fosse as igrejas também para chutar os vendilhões, já que por meras moedinhas de câmbio nas sinagogas de seu templo eram nada em comparação com a prostituição que a igreja se tornou.
Para o povo, perguntaria por que não o levaram a sério quando tanto os alertou sobre os falsos profetas, ainda mais aos que diriam agir em seu nome. Disse até que pelos frutos os conheceria e questionaria onde está o fruto da abnegação, do amor ao próximo, que deveria ser uma comunhão entre irmãos na terra e se transformou em meras campanhas de dízimos e ofertas cômodas e fugidias da verdadeira tarefa que cabia a cada um de nós.

Creio que ele não ligaria para ditames de moda e preferiria usar roupas confortáveis.
Questionaria as besteiras religiosas e falaria acima de tudo na beleza da vida, na beleza do mundo, lembrando que tudo veio do Pai e que o Pai ama a TODOS e não castigaria ninguém, como tanto ameaçam as igrejas por tantos interesses questionáveis.
Certamente chamaria atenção por causa de líderes religiosos enfurecidos com a forma verdadeira e contundente que Jesus ao falar de Deus e do reino de Deus contraporia com os dogmas da igreja mais sagrados, tornando-se mera coletânea de dogmas infrutíferos e escravizantes.
Quanto as diferentes religiões, certamente questionaria o porque disputam quem detém o verdadeiro Deus em vez de enxergarem JUNTOS a grandeza do Deus que é único e de todos.

Escrito Por Vince e Lau Klein

domingo, 19 de agosto de 2007

Deus ama o pecador mas abomina o Pecado



Jesus disse: "Não há pecado ; sois vós que os criais, quando fazeis coisas da mesma espécie que o adultério, que é chamado 'pecado'. Por isso Deus Pai veio para o meio de vós, para a essência de cada espécie, para conduzi-la a sua origem."
(Evangelho de Maria Madalena)

Quando vejo os " " "cristãos" " " falarem do "pecado", assim como falam com sua HIPOCRISIA a covarde frase "Deus ama o pecador mas abomina o pecado" vejo ai claramente, nitidamente o limite de seu entendimento, da sua compreenção do que Jesus nos ensinou. Vejo assim, tão transparentemente até onde vai o Cristo dentro deles.
O amor ao próximo, fazer ao próximo o que esperamos a nós mesmos e a compreenção do porque não devemos julgar é uma porta que seus orgulhos e vaidades não conseguem ultrapassar.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Repercussão cristã


Após séculos de deturpação histórica, o cristianismo causa reações como essas:

"O cristão comum é uma figura deplorável, um ser que não sabe contar até três, e que, justamente por sua incapacidade mental, não mereceria ser punido tão duramente quanto promete o cristianismo."
Nietzsche

"primeiro converta os cristãos aos ensinamentos de seus mestre. Quando eu ver os cristãos praticando os ensinamentos de jesus, eu me converterei ao cristianismo."
Mahatma Gandhi

"Cada vez que ouço cristãos falarem de moral, sinto revoltar-me o estômago."
Karlheinz Deschner

"Prefiro o paraíso pelo clima, o inferno pela companhia."
Mark Twain

Será que não tem alguma coisa errada?

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

O Outro Jesus segundo os Apócrifos

Inicio hoje a leitura desse livro que tem chamado minha atenção e finalmente comprei com mais 3. Não gosto de falar de livros que não li por completo, mas...
O Livro é de Antonio Piñero ,catedrático de Filologia Neotestamentária da Universidade Complutense de Madri, especializado en "Língua e literatura do cristianismo primitivo"
· Autor de textos sobre Novo Testamento e cristianismo primitivo.
"Orígenes del cristianismo"
"Guía para entender el Nuevo Testamento"
"Biblia y Helenismo: pensamiento griego y formación del cristianismo"
· Autor de unos cuarenta artículos científicos sobre judaísmo, Antiguo y Nuevo Testamento y cristianismo primitivo en revistas nacionales y extranjeras
· Tradutor de umas quince obras sobre Novo Testamento y cristianismo antigo
· Editor e tradutor de textos antigos (Apócrifos do Antigo Testamento; Textos coptos gnósticos de Nag Hammadi, descobertos en 1945; Atos apócrifos dos Apóstolos)
e é responsável pela edição monumental de Apócrifos del Antiquo Testamento, dirigida por A. Díez Macho.


Sinopse:

As lacunas deixadas pelos Evangelhos canônicos sobre a vida de Jesus já foram assunto de muitas especulações, e páginas e páginas foram impressas na tentativa de preenchê-las.Documentos de venerável antiguidade, não aceitos oficialmente nos primórdios da Igreja, vêm aparecendo cada vez mais em público e despertam o interesse pelas informações antes inéditas, atraindo por sua beleza e riqueza de detalhes. São os chamados Apócrifos. A Partir de documentos não canônicos aparece O Outro Jesus para preencher essas lacunas, oferecendo uma visão mais completa da vida e obra deste Ser que há dois mil anos nos fala aos corações e aos ouvidos sobre a Vida.




Pelas primeiras páginas, nessa costura que o autor faz, juntando os pedaços entre os apócrifos onde se combinam e se completam com coerência, e pelo cuidado de citar cada fonte, minha primeira impressão é que se trata de um belo livro.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

A Respeito da Salvação

Jesus deixa claro o que é necessário para a "salvação". Ele não salvou ninguém. Ele deixou o seu exemplo e suas palavras para serem seguidos. Isso não o diminui, pelo contrário, mostra o Espírito que nasceu como nós, muito antes dessa galáxia existir, que venceu todas as atribulações que estamos passando e VENCEU o mundo. Não adianta pertencer a alguma Igreja ou por ter fé, ou por se arrepender de ser pecador ou crer em Jesus como salvador adorando-o, etc.,
Quem não praticar os ensinos de Jesus, não colherá nada, não se transformará, não se aproximará do Pai. E não é porque Jesus nos condiciona a isso, mas porque ele representa a Verdade, representa o caminho perfeito para isso. É simplesmente Lei de causa e efeito.
Leia em Mateus 25: 31 a 46. "Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me. Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos? E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te? E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes."
Jesus deixa evidentemente claro aqui que a salvação não é pela Igreja nem pela fé, e sim pela obras praticadas a favor do próximo (CARIDADE ou amor ativo e consequente, doador sem esperar recompensa alguma), isto é, seguir os exemplo que ele deixou.
Ele reafirma esta idéia com a Parábola do bom Samaritano. O samaritano era considerado herege, pelos religiosos que passaram a passos largos diante do homem caído à beira da estrada, entretanto é o exemplo dele que Jesus recomenda seguir. Foi justamente este bondoso samaritano que, com obras (CARIDADE), provou que tinha mais fé que os outros dois.
Paulo exorta a Timóteo a praticar boas obras a favor de todos: amor altruísta!
Tiago 2, 14-17: Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo? E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento quotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí? Assim também a fé, se não tiver as obras (CARIDADE ou amor ativo e consequente, doador sem esperar recompensa alguma), é morta em si mesma. Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras.
Ao concluir dizendo "mostrarei a minha fé pelas minhas obras", Tiago traz o conceito de que é necessário ter uma fé OPERANTE. A fé se mostra nas obras que realiza. Que adianta ter fé se o irmão ao seu lado passa fome? É o questionamento incontestável de Tiago para os que dizem que apenas a fé é que salva. Aliás, não tem o menor sentido e só ee coerente com o dogma romano que não se sustenta lido por completo, sem separar partes.
Tiago 1, 22-27: E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra, e não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho o seu rosto natural; porque se contempla a si mesmo, e vai-se, e logo se esquece de como era. Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecidiço, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito. Se alguém entre vós cuida ser religioso, e não refreia a sua língua, antes engana o seu coração, a religião desse é vã. A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta (CARIDADE): Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo.
Tiago 2, 26: Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta
1 Pedro 4, 7-11: Mas, sobretudo, tende ardente CARIDADE uns para com os outros; porque o CARIDADE cobrirá a multidão de pecados.
1 João 3, 17-18: Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar as suas entranhas, como estará nele o amor de Deus? Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade.
Todos os textos acima, não deixam dúvidas de que a Caridade, não este dogma da Igreja, que aproximam o homem da salvação.

domingo, 12 de agosto de 2007

Adoção por casal homossexual

Alguns países já permitem judicialmente a adoção de crianças órfãs por casais homossexuais. Mesmo com polêmicas e brigas na justiça.
As adoções com sucesso mostram que crianças educadas por pais homossexuais não levam a criança a se tornar homossexual (da mesma forma que casais heterossexuais não garantem filhos heterossexuais). Os colegas das crianças adotadas por homossexuais acabam por ver com naturalidade e com isso crescem sem preconceito.

Mas por que colocar esse assunto aqui?
Só lembrar que Jesus nos pediu para amar o próximo como a nós mesmos sem julgar, então fica a pergunta:

Devemos simplesmente amar o próximo e no caso, permitir que uma criança que poderia crescer num orfanato tenha um lar, com pessoas que podem amá-la (e não importa a vida sexual do casal ou o que fazem no quarto, da mesma forma que não nos interessa como o casal heterossexual age em sua intimidade), ou é melhor sermos juizes de Jesus e, dentro da nossa interpretação do que seja o certo, impedir que casais homossexuais adotem essas crianças?

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Não creio na Ressurreição.

Em Gênesis 2:7 “O Senhor Deus formou, pois, o homem do barro da terra” Eclesiastes, 12 (5, 6 e 7) 5 “...porque vais à casa eterna, ...” (morte do corpo) 6 “...antes que se rompa o fio de prata...” (fio que liga o espírito ao corpo) 7 “... e o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu” Vemos então que o nosso corpo é feito do barro (pó), e o barro ou pó volta a terra, e o espírito volta a Deus. Esta claro que o corpo não renasce. Do pó ao pó.
Paulo em 1 Corintios 15:44 diz: semeado corpo animal (feito do pó), ressuscita corpo espiritual. Se há um corpo animal, também há um espiritual.
Paulo tem ainda o cuidado de ensinar em 1 Corintios 15:39, que “Nem todas as carnes são iguais: uma é a dos homens e outra a dos animais; a das aves difere da dos peixes.” Isto é, que o Espírito do homem renasce sempre em corpo humano. Porque ele explicou isto? Porque ele pregava aos Gregos, e os grego criam na metempsicose, que é a crença na possibilidade de um espírito humano voltar à vida terrena no corpo de um animal. Logo: a ressurreição no sentido da igreja romana de Constantino, como pregam os católicos e evangélicos não será no mesmo corpo, porque se fosse assim, Paulo não precisaria se preocupar em combater a metempsicose. Sabedoria 8:19 e 20: "Eu era um bom rapaz, por isso caí num corpo perfeito”. Temos nestes dois versículos 3 questões: 1° Preexistência do Espírito: Eu era um bom rapaz, ou seja, na vida anterior, ou era quando? 2° Karma: Por ser um bom rapaz ele ressuscitou em um corpo perfeito. 3° Reencarnação: “por isto cai num corpo perfeito”. Paulo nos ensina, em Filipenses (1;23) que o Espírito não morre junto com o corpo que ele habita, mas continuará vivo após a morte do corpo: “Sinto-me pressionado dos dois lados: por uma parte, desejaria desprender-me para estar com Cristo - o que seria imensamente melhor”. Se lermos os versículos 21 e 22 fica claro que Paulo quer a morte do corpo para seu espírito ir livre ao Cristo. E em João 6:63, temos o próprio Jesus dizendo: “O espírito é que vivifica, a carne de nada serve. As palavras que vos tenho dito são espírito e vida.” O Espírito vive, a carne pra nada serve. Isto dispensa qualquer comentário.

Mas poderiam citar
a clássica "E, como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois o juízo", (Hebreus 9:27). De fato o homem morre uma vez só "e bem morrido MESMO". “Aquele que desce à sepultura, jamais se levantará” (Jó 7,9). Além de que, esta afirmação do Livro de Jó nos mostra como o homem era visto pelos semitas, pelo seu lado fenomênico, material, mostra-nos também que a ressurreição não é do corpo, mas do espírito, pois jamais subirá o que desce à sepultura, isto é, o corpo, a carne. Realmente, a ressurreição do corpo é do Credo da Igreja romana. Mas a da Bíblia é do espírito: "Temos dois corpos, um da natureza e outro espiritual; ressuscita o espiritual” (1 Co. 15,44). A ressurreição, inclusive a de Jesus Cristo, é também do espírito. Quando o espírito reencarna, ele ressuscita (ressurge) na carne. Quando o homem morre, seu espírito ressuscita no mundo espiritual, ou volta se precisar resgatar algo para sua evolução, para cumprir cada til e cada i antes que possa sair debaixo de céu e sobre a terra, até que aprenda a amar como Jesus nos amou. "Ao vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do meu Deus, e daí jamais sairá" (Ap. 3,12).

Logo, sem Zumbis...

O Evangelho de Judas (National Geographics)



Esta é uma revelação que com certeza vai suscitar discussões acaloradas: De acordo com um texto antigo recém-descoberto, o chamado "Evangelho de Judas", o discípulo conhecido por ter traído Jesus pode ter sido o servo mais fiel do Cristo e ter aceitado a desgraça perpétua por levá-lo à morte - devido a um pedido do próprio Salvador.

Examine a mística do pensamento gnóstico do início da era cristã, expresso em palavras escritas em um papiro encadernado em couro e atribuídas ao próprio Jesus.
Ouça as interpretações de quatro estudiosos da Bíblia.
Acompanhe o trajeto deste documento frágil, de sua descoberta no Egito a sua tradução, culminando na apresentação ao mundo.
E compartilhe suas idéias a respeito de como as informações contidas nele podem abalar as bases da fé cristã nesta belíssima Reportagem da National Geographics. Abaixo o vídeo:


O Evangelho de Judas pode ser avaliado na íntegra aqui neste blog.


Dr Rudolph Kasser unindo os pedaços

Parte 1

No filme 1 vemos Irineu decretar esse Evangelho como heresia. O Livro em questão é "Contra as Heresias" escrito em 180 dC, fazendo parte desse blog.


Parte 2


Parte 3


Parte 4


Parte 5

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Fariseu ontem, Crente Hoje, muda apenas o conhecimento da Lei



Mateus 3,7
Ao ver, porém, que muitos dos fariseus e dos saduceus vinham ao seu batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da cólera vindoura?
Mateus 6,2
Quando, pois, dás esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa.
Mateus 6,5
Quando orardes, não façais como os hipócritas, que gostam de orar de pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa.
Mateus 6,16
Quando jejuardes, não tomeis um ar triste como os hipócritas, que mostram um semblante abatido para manifestar aos homens que jejuam. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa.
Mateus 7,5
Hipócrita! Tira primeiro a trave de teu olho e assim verás para tirar a palha do olho do teu irmão.
Mateus 12,34
Raça de víboras, maus como sois, como podeis dizer coisas boas? Porque a boca fala do que lhe transborda do coração.
Mateus 15,7-9
Hipócritas! Isaías profetizou muito bem sobre vocês, quando disse: ‘Esse povo me honra com os lábios, mas o coração deles está longe de mim. Não adianta nada eles me prestarem culto, porque ensinam preceitos humanos.’
Mateus 16,4
Hipócritas! Sabeis distinguir o aspecto do céu e não podeis discernir os sinais dos tempos? Essa raça perversa e adúltera pede um milagre! Mas não lhe será dado outro sinal senão o de Jonas! Depois, deixando-os, partiu.
Mateus 22,18
Jesus, percebendo a sua malícia, respondeu: Por que me tentais, hipócritas?
Mateus 23,13-15
Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Vós fechais aos homens o Reino dos céus. Vós mesmos não entrais e nem deixais que entrem os que querem entrar.
Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Devorais as casas das viúvas, fingindo fazer longas orações. Por isso, sereis castigados com muito maior rigor.
Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Percorreis mares e terras para fazer um prosélito e, quando o conseguis, fazeis dele um filho do inferno duas vezes pior que vós mesmos.
Mateus 23,23
Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Pagais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e desprezais os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia, a fidelidade. Eis o que era preciso praticar em primeiro lugar, sem contudo deixar o restante.
Mateus 23,25
Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Limpais por fora o copo e o prato e por dentro estais cheios de roubo e de intemperança.
Mateus 23,27
Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Sois semelhantes aos sepulcros caiados: por fora parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos, de cadáveres e de toda espécie de podridão.
Mateus 23,2
Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Edificais sepulcros aos profetas, adornais os monumentos dos justos.
Mateus 23,33
Serpentes! Raça de víboras! Como escapareis ao castigo do inferno?
Mateus 24,51
e o despedirá e o mandará ao destino dos hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes.
Marcos 7,6
Jesus disse-lhes: Isaías com muita razão profetizou de vós, hipócritas, quando escreveu: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.
Lucas 3,7
Dizia, pois, ao povo que vinha para ser batizado por ele: Raça de víboras! Quem vos ensinou a fugir da ira iminente?
Lucas 6,42
Ou como podes dizer a teu irmão: Deixa-me, irmão, tirar de teu olho o argueiro, quando tu não vês a trave no teu olho? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e depois enxergarás para tirar o argueiro do olho de teu irmão.
Lucas 12,56
Hipócritas! Sabeis distinguir os aspectos do céu e da terra; como, pois, não sabeis reconhecer o tempo presente?
Lucas 13,15
Hipócritas!, disse-lhes o Senhor. Não desamarra cada um de vós no sábado o seu boi ou o seu jumento da manjedoura, para os levar a beber?
Atos dos Apóstolos 23,3
Então Paulo lhe disse: Deus te ferirá também a ti, hipócrita! Tu estás aí assentado para julgar-me segundo a lei, e contra a lei mandas que eu seja ferido?